Saturday 20 February 2010

O Entusiasmo Inglês

Hoje estive acompanhando o Campeonato do Reino Unido de Barista, Regional Sul-Oeste, que teve como campeão o barista Neil, co-proprietário da Exchange Coffee, um carrinho de café no Sul de Londres, ele também foi o campeão Inglês da competição de Latte Art, e já garantiu sua vaga no Mundial, mas está empenhado em representar a Inglaterra no WBC. O segundo colocado foi James, proprietário da cafeteria Dose Espresso, natural da Austrália, o barista tem umas das melhores cafeterias em Londres.

Quem apareceu no evento pode conversar com figuras ímpares da indústria, como James Hoffman (Campeão do WBC 2007), Gwylim Davies (Campeão do WBC 2008) e Anette Moldvaer (Campeã do Cup Tasting 2007). A competição Regional qualificou 6 baristas para o Nacional, que terão 20 competidores. A Regional Sul-Oeste era a mais esperada das competições, por que envolve a cidade de Londres, aonde tem a maior concentração de cafeterias especiais no País.

Embora muitas pessoas acreditam que os Ingleses são frios, o entusiamo Britânico demonstrado hoje na competição foi exemplar. Os organizadores, falaram da importância que a WBC tem para o Reino Unido, que tem dois campeões (James Hoffman e Gwylim Davies), e que isto trás para o país credibilidade e mais investimentos no setor. Houve também um pedido a todos que estavam presente, que comparecessem em massa na competição mundial, trazendo as cores britânicas para o evento. Eles estão acreditando muito na força da inglaterra para manter o campeonato dentro de casa, e isso se percebe na união entre os barista, que deixam a rivalidade apenas para os 15 minutos de apresentação.

Saturday 6 February 2010

A Influência que já não influencia mais

Cappuccino, latte, macchiato, ristretto, etc., fazem parte dos cardápios das melhores cafeterias ao redor do mundo. A Itália sem dúvida foi a grande percurssora do café espresso e sua popularizacão pelo globo terrestre. Mas quase não ouço falar de grandes torrefadores ou invejáveis cafeterias no país da bota.

Outro dia estava de conversa fiada com Gwylim Davies, atual Campeão Mundial de Barista, então ele me contou que esteve na Itália para a degustação de alguns cafés, e para a surpresa dele o amargor era uma característica e a doçura nao fazia parte da avaliação deste. Isto de fato não me surpreende, no entanto, fico pensando cá com os meus botões, em todo o desenvolvimento que se tem por trás do café espresso, os mestres de torras estão sempre buscando características como a doçura e o equilíbrio da acidez, o frescor e a complexidade, cafés com grandes notas e aromas para os nossos sentidos e o amargor aonde se encaixa? Eu sei, alguns céticos poderiam dizer que as vezes isto pode também ser uma caracteristica de um determinado 'blend', em que o torrefador quis buscar propositalmente, mas será? Não acredito que isso aconteça no mercado de cafés especiais, o amargor é sim um defeito, e que na minha opinião, deteriora toda a complexidade de aromas de um grão ao paladar.

Atualmente todas as influências têm vindo dos Países Nórdicos, Oceania e América. As grandes discussões sobre café, novos drinks, espresso blends, tendências veêm destes lugares. Tenho acompanahdo alguns blogs de nomes notáveis deste mercado, e posso afirmar com conviccão que a nova onda são os cafés filtrados feitos em inúmeros difetrentes jeitos, que os drinks à base de espresso chamados 'Flat White', 'Cortado' e 'Piccolo' (nome em italiano) são as novas atrações. As cafeterias que oferecem cafés especiais não têm características italianas e sim Australianas e Neozelandesa, as únicas coisas que lembram a Itália são os nomes dos drinks mais famosos e os equipamentos como moinho e a máquina de café.

Influências estas que aindam nao afetam o Brasil. Bem, isto não é a primeira vez que acontece. Os movimentos literários, o mercado da moda, cosméticos, medicamentos e algum tempo atrás até mesmo no cinema éramos atrasados, e com toda a comunicação e tecnologia que temos não estamos acompanhando o mercado de cafés especiais. Sinceramente, por ser um dos maiores produtores de cafés do mundo deveríamos ser o país a ser seguido, por isso aconselharia fazer uma releitura melhor deste movimento, os cafés especiais.

Obs.: A imagem do Cappuccino acima é de uma rede de restaurantes italianos da Inglaterra, não está relacionado com os cafés especiais.